Myrtaceae

Eugenia goiapabana Sobral & Mazine

Como citar:

Eduardo Fernandez; Eduardo Amorim. 2018. Eugenia goiapabana (Myrtaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

EN

EOO:

328,74 Km2

AOO:

24,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018), com ocorrência no estado do ESPÍRITO SANTO, município de Castelo (Fontana 5419), Fundão (Kollmann et al. 219), Santa Teresa (Vervloet et al. 1580). Ocorre apenas em habitats fragmentados, entre 800-1600m de altitude (Sobral e Mazine 2010).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2018
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Eduardo Amorim
Critério: B1ab(i,iii)
Categoria: EN
Justificativa:

Árvore de até 10 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018). Foi coletada em Floresta Ombrófila Densa Montana e Alto-montana e Floresta Secundária associadas a Mata Atlântica no estado do Espírito Santo, municípios de Castelo, Fundão e Santa Teresa. Apresenta distribuição restrita, EOO-282 km² e três situações de ameaça. Sabe-se que grande parte dos ecossistemas florestais capixabas encontram-se fragmentados como resultado de atividades antrópicas realizadas no passado e atualmente, restando somente 12,6% de remanescentes florestais originais (SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). Esse processo acelerou-se significativamente em função do cultivo do café e do ciclo de exploração de madeira, que perdurou por mais de meio século (Thomaz, 2010). Os municípios em que a espécie foi documentada, situados na região serrana do estado, sofrem com a perda de habitat para o estabelecimento de pastagens, lavouras de hortaliças (Lapig, 2018) e pelo crescimento urbano acelerado (CEPF, 2001), restando atualmente entre 8% e 20% de remanescentes da Mata Atlântica original (SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). Mesmo ocorrendo dentro dos limites de Unidades de Conservação de proteção integral, E. goiapabana foi considerada Em Perigo (EN) de extinção. Infere-se declínio contínuo em EOO e qualidade e extensão de habitat. Recomenda-se ações de pesquisa (distribuição, censo, números e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação) urgentes a fim de se garantir a perpetuação desta espécie no futuro.

Último avistamento: 2016
Quantidade de locations: 3
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Sim

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Novon 20(3): 348 (-350; fig. 1). 2010.

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não existem dados sobre a população.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Biomas: Mata Atlântica
Fitofisionomia: Floresta Ombrófila Densa, Floresta Secundária
Habitats: 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane Forest
Detalhes: Árvores de 5-10 m de altura (Sobral e Mazine, 2010), ocorrendo nos domínios da Mata Atlântica (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018), em Floresta Ombrófila Densa Montana (Faria 2481) e Alto-montana (Fontana 5419).
Referências:
  1. Eugenia in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB126967>. Acesso em: 28 Nov. 2018
  2. Sobral, M., Mazine, F.F., 2010. Eugenia goiapabana (Myrtaceae), a New Species from Espírito Santo, Brazil. Novon A J. Bot. Nomencl. 20, 348–350. https://doi.org/10.3417/2007095

Ameaças (3):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3 Logging & wood harvesting habitat past,present,future national very high
Perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001).
Referências:
  1. Critical Ecosystem Partnership Fund (CEPF), 2001. Atlantic Forest Biodiversity Hotspot, Brazil. Ecosystem Profiles. https://www.cepf.net/sites/default/files/atlantic-forest-ecosystem-profile-2001-english.pdf (acesso em 31 de agosto 2018).
  2. Ribeiro, M.C., Metzger, J.P., Martensen, A.C., Ponzoni, F.J., Hirota, M.M., 2009. The Brazilian Atlantic Forest: How much is left, and how is the remaining forest distributed? Implications for conservation. Biol. Conserv. 142, 1141–1153.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 2.3 Livestock farming & ranching locality,habitat,occurrence,occupancy past,present,future regional high
O município de Fundão com 28860 ha, tem 43% de seu território (12512 ha) desmatados e utilizados para pastagem (Lapig, 2018). O município de Castelo com 66406 ha tem 30,3% de seu território (20157 ha) transformados em pastagem (Lapig, 2018).
Referências:
  1. Lapig, 2018. http://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig.html (acesso em 23 de novembro 2018).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3 Logging & wood harvesting locality,habitat,occupancy,occurrence past,present,future regional very high
O município de Santa Teresa, outrora recoberto em sua totalidade por Mata Atlântica, atualmente possui menos de 20% de remanescentes florestais (SOS Mata Atlântica INPE, 2018).
Referências:
  1. SOS Mata Atlântica/ INPE, 2018. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica - periodo 2016-2017. Ministério da Ciência e Tecnologia - MCTI. São Paulo, SP.

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.